
Viajar é uma das formas mais ricas de aprender. E quando a viagem envolve lugares cheios de história, como o Peru, tudo fica ainda mais especial. Mas, com o avanço da tecnologia, muitos turistas querem registrar cada momento de um jeito diferente: com drones. Esses pequenos aparelhos com câmeras ajudam a fazer vídeos incríveis, principalmente em locais altos ou difíceis de alcançar.
Porém, nem tudo é permitido. No Peru, o uso de drones em áreas arqueológicas precisa seguir regras bem claras. Isso porque essas áreas guardam riquezas do passado que precisam ser protegidas. Então, saber o que pode ou não pode fazer é importante para evitar multas, problemas com a polícia local e, claro, ajudar na preservação da cultura.
Neste artigo, você vai entender como funcionam as regras para turistas que querem usar drones em áreas arqueológicas do Peru, quais são os locais mais vigiados, o que acontece se as regras forem desrespeitadas e dicas para registrar sua viagem com segurança e respeito.
O que é considerado uma área arqueológica?
Uma área arqueológica é um local onde existem vestígios antigos, como ruínas, templos, túmulos, murais e objetos que ajudam a contar a história de um povo. No Peru, isso é levado muito a sério porque o país guarda traços das antigas civilizações andinas, como os Incas.
Lugares como Machu Picchu, Chan Chan, Nazca, Cusco, Ollantaytambo e o Vale Sagrado dos Incas são exemplos de áreas arqueológicas que recebem turistas do mundo todo. Essas áreas são controladas por órgãos do governo e fazem parte do patrimônio cultural protegido pela UNESCO desde datas como 1983 e 1994.
Por que existem regras para drones nesses locais?
As regras existem por alguns motivos. Primeiro, o barulho do drone pode assustar animais e incomodar outros turistas. Depois, a hélice do drone pode danificar construções antigas se ele cair ou bater em alguma parede ou pedra. E o mais importante: muitas dessas áreas ainda estão sendo estudadas por cientistas e arqueólogos.
Além disso, o drone pode tirar fotos e vídeos de pontos que não devem ser mostrados ao público, como escavações em andamento ou áreas de risco. Por isso, o governo criou normas específicas para evitar que o uso de drones atrapalhe o trabalho dos pesquisadores e a experiência dos visitantes.
Quais são as regras para turistas com drones?
1. Pedir permissão antecipada
Se você está pensando em levar um drone para filmar alguma área arqueológica no Peru, o primeiro passo é pedir uma autorização. Essa autorização é feita junto ao Ministério da Cultura do Peru. O pedido precisa ser feito com pelo menos 10 dias úteis de antecedência da visita.
Você terá que preencher um formulário, explicar o motivo do uso do drone, onde vai usar, por quanto tempo e entregar uma cópia de documentos como RG, passaporte e o número do drone (registro, se tiver). O pedido pode ser negado se as condições forem consideradas perigosas ou se o uso do drone não tiver objetivo educativo, cultural ou jornalístico.
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2. Não usar drones sem autorização
Voar com um drone em área arqueológica sem autorização pode resultar em multa ou até apreensão do aparelho. De acordo com a legislação peruana, a multa pode chegar a $ 1.200,00, além da possível expulsão do local. Em casos mais graves, o turista pode ser impedido de entrar novamente no Peru por um tempo determinado.
3. Respeitar a altura e a área permitida
Mesmo com autorização, existem limites. O drone não pode passar de 120 m de altura, nem se aproximar a menos de 30 m de pessoas, animais ou estruturas antigas. Além disso, é proibido voar dentro de templos, cavernas ou espaços fechados.
As áreas permitidas para voo são bem marcadas. Por isso, é sempre bom conversar com um dos guias locais ou responsáveis pelo sítio arqueológico antes de ligar o drone.
Locais mais vigiados e com regras rígidas
Machu Picchu
Esse é, sem dúvida, o lugar mais visitado do Peru. Desde 2016, o uso de drones em Machu Picchu está proibido, mesmo com autorização. A justificativa é o risco para os visitantes e para a estrutura da cidade inca. Além disso, o local recebe mais de 1 milhão de turistas por ano, o que torna o controle mais rígido.
Linhas de Nazca

As famosas linhas no deserto são frágeis e podem ser danificadas com facilidade. Por isso, é proibido voar drones ali sem permissão especial da Direção Descentralizada de Cultura de Ica. O recomendado é fazer os voos em áreas externas e com supervisão técnica.
Chan Chan
Essa cidade de barro é considerada a maior da América do Sul feita com esse tipo de material. Como o barro é muito sensível a vento e vibrações, os voos só são liberados para estudos técnicos. Turistas não têm permissão para usar drones por lá.
Como conseguir autorização legal?
Para quem quer fazer tudo certo, o passo a passo é simples:
- Acesse o site oficial do Ministério da Cultura do Peru (normalmente em espanhol)
- Baixe o formulário de solicitação
- Preencha com os dados do piloto, do drone e da viagem
- Anexe documentos exigidos como RG, passaporte e comprovante da finalidade do uso
- Envie com antecedência mínima de 10 dias úteis
- Espere a resposta oficial por e-mail ou carta digital
Se o pedido for aceito, a autorização vem com um prazo, horários específicos e áreas onde o voo é permitido. Esse documento deve ser levado impresso ou salvo no celular durante a viagem, pois pode ser pedido por fiscais locais.
Uma Breve História dos Drones

Os drones, ou veículos aéreos não tripulados, têm uma história que remonta ao início do século XX. Durante a Primeira Guerra Mundial, tanto o Reino Unido quanto os Estados Unidos desenvolveram os primeiros veículos pilotados remotamente.
O Reino Unido testou o Aerial Target em março de 1917, enquanto os Estados Unidos realizaram o primeiro voo do Kettering Bug em outubro de 1918. Embora promissores, nenhum desses modelos foi utilizado operacionalmente durante a guerra.
Na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha desenvolveu as bombas voadoras do tipo V-1, conhecidas como buzz bombs devido ao som característico que produziam. Essas bombas serviram de inspiração para o desenvolvimento dos drones modernos.
Com o passar dos anos, os drones evoluíram e passaram a ser utilizados em diversas áreas, desde aplicações militares até usos civis, como monitoramento ambiental, agricultura de precisão e, claro, fotografia e filmagem em viagens.
Drones pessoais para uso comum: é possível?
Sim, é possível usar o drone em alguns locais do Peru, mas longe de áreas protegidas. Por exemplo, em praias, parques abertos ou cidades como Lima, Arequipa e Trujillo, é permitido voar com drones para fins pessoais.
Para voos recreativos, não é obrigatório ter uma licença de piloto, mas é importante respeitar a lei local e manter o drone sempre à vista. Quem for flagrado voando em área proibida pode ter o drone apreendido mesmo que a intenção seja apenas fazer fotos para redes sociais.
Quais são as dicas para usar o drone com segurança?
Se você pretende levar seu drone em uma viagem, é fundamental seguir algumas orientações para garantir a segurança do equipamento e das pessoas ao redor. Primeiro, verifique as regras locais do país ou região que vai visitar as normas podem variar bastante. Por exemplo, o que é permitido no Brasil pode ser proibido em países como o Peru. Sempre consulte fontes oficiais antes de decolar.
Além disso, evite voar em dias com vento forte, especialmente em regiões montanhosas, como o Vale Sagrado, onde as rajadas podem atingir até 70 km/h, representando risco tanto para o drone quanto para terceiros. Outro ponto importante é o cuidado com as baterias: leve extras, mas esteja atento às variações de temperatura em locais como Cusco, as noites podem chegar a 5 °C, o que afeta o desempenho da carga.
Por fim, mantenha sempre contato visual com o drone. Embora os aplicativos ajudem a acompanhar o trajeto, nada substitui o olhar direto. Isso permite agir rapidamente caso ocorra alguma falha inesperada.
O que acontece se você quebrar alguma regra?
Quem não segue as regras pode enfrentar:
- Multas altas, que variam de $ 100,00 a $ 1.200,00
- Apreensão do drone
- Expulsão da área arqueológica
- Bloqueio para voltar ao país por um tempo
Além disso, a pessoa pode causar prejuízos ao local, o que atrapalha o trabalho dos pesquisadores e diminui a segurança para os próximos visitantes. Portanto, o ideal é sempre seguir as normas e respeitar os limites.
Vale a pena levar um drone na viagem?
Depende do tipo de viagem. Se a ideia é registrar paisagens abertas, como praias e montanhas, o drone pode ser um bom aliado. Mas se o foco são áreas arqueológicas e sítios históricos, talvez o melhor seja guardar o aparelho e aproveitar a visita com os próprios olhos — ou com uma boa câmera na mão.
Além disso, carregar um drone ocupa espaço e exige cuidados com a bateria, o transporte no avião e o tempo para pedir autorizações. Então, o turista precisa pensar se realmente vai usar o drone de forma responsável e dentro das leis.
Em Resumo
Viajar para o Peru é uma experiência única, ainda mais quando se visita lugares cheios de história como Machu Picchu, Nazca ou o Vale Sagrado dos Incas. Porém, o uso de drones nesses locais precisa seguir regras claras para garantir a segurança de todos e proteger os tesouros do passado.
Como vimos, voar com um drone sem permissão pode causar sérios problemas, tanto para o turista quanto para o local visitado. Por isso, quem quer registrar imagens com esse tipo de aparelho precisa se planejar com antecedência, buscar autorização e respeitar os limites impostos pela lei.
Com um pouco de cuidado e respeito, é possível aproveitar a tecnologia sem deixar de lado a responsabilidade. Afinal, cuidar do que é antigo também faz parte do presente.