Você já se perguntou o que acontece quando desce do avião em um país estrangeiro? Aquela fila grande, os oficiais de uniforme, as malas passando por máquinas… Tudo isso faz parte da alfândega, um processo que existe em todos os aeroportos do mundo.
Imagine só: você acaba de fazer uma viagem de 12 horas para Paris. Está cansado, com fome e só quer chegar logo ao hotel. Mas antes, precisa passar pela alfândega francesa. Se você nunca viajou para fora do país, esse momento pode dar um frio na barriga.
Este artigo vai explicar, de um jeito simples, como funciona a alfândega nos grandes aeroportos do mundo. Vamos falar sobre o que você precisa fazer, quais documentos levar e como evitar problemas. Assim, na sua próxima viagem, você já vai saber o que esperar e vai passar por esse processo com mais calma.
O que é a alfândega e para que ela serve?
A alfândega é como se fosse a porta de entrada oficial de um país. É o lugar onde o governo controla quem e o que entra e sai de suas fronteiras. Pense nela como um porteiro de um prédio que verifica se você pode mesmo entrar e se não está trazendo nada proibido.
A alfândega tem dois trabalhos principais:
- Verificar as pessoas (imigração) – Conferir se você pode entrar no país
- Verificar as bagagens (aduana) – Checar o que você está trazendo
Quando falamos de aeroportos, a alfândega fica sempre na área de desembarque internacional. É impossível sair do aeroporto sem passar por ela. Em aeroportos grandes como o de Nova York (JFK) ou o de Londres (Heathrow), há áreas enormes só para esse controle.
A alfândega existe desde tempos antigos. No passado, os reis cobravam taxas de comerciantes que queriam vender produtos em seus reinos. Hoje, as regras são mais complexas, mas o princípio é o mesmo: controlar o que entra e sai do país.
Como funciona a imigração: o primeiro contato com o país
Quando você desce do avião em um país estrangeiro, a primeira parada é sempre no controle de imigração. É aqui que um oficial vai verificar seu passaporte e outros documentos.
O que acontece no controle de imigração?
Você vai ver várias cabines com oficiais de imigração. Geralmente, há filas separadas para cidadãos do país, turistas e, às vezes, filas rápidas para famílias com crianças pequenas ou idosos.
Quando chegar sua vez, você deve:
- Apresentar seu passaporte
- Em alguns países, entregar um formulário de imigração (que você preencheu no avião ou antes da viagem)
- Responder algumas perguntas simples
As perguntas mais comuns são:
- Qual o motivo da sua visita? (turismo, negócios, estudos…)
- Onde vai ficar?
- Por quanto tempo pretende ficar no país?
- Você já esteve aqui antes?
No aeroporto de Dubai, por exemplo, os oficiais são conhecidos por serem rápidos e eficientes. Já no aeroporto JFK de Nova York, as filas podem ser longas, principalmente em horários de pico, como no final da tarde.
Documentos que você precisa ter em mãos
Além do passaporte, alguns países pedem outros documentos:
| Documento | Descrição |
|---|---|
| Visto | Muitos países exigem visto antes de viajar. Por exemplo, brasileiros precisam de visto para os EUA, mas não para países da Europa. |
| Comprovante de hospedagem | Em alguns países, como a França, pode ser exigido o endereço onde você vai ficar. |
| Passagem de volta | Países como Japão e Austrália podem pedir para ver sua passagem de volta, para garantir que você não vai ficar além do permitido. |
| Comprovante de recursos financeiros | Alguns países, como a Inglaterra, podem querer saber se você tem dinheiro suficiente para sua estadia. |
Em Singapura, por exemplo, o processo de imigração é quase todo digital. Eles usam um sistema chamado “automated clearance”, onde máquinas leem seu passaporte e fazem reconhecimento facial.
A inspeção de bagagens: o que pode e o que não pode entrar
Depois de passar pela imigração, você precisa pegar suas malas e passar pela inspeção de bagagens. Esta é a parte da alfândega que verifica o que você está trazendo para o país.
Itens proibidos e restritos
Cada país tem suas próprias regras sobre o que pode entrar. Mas alguns itens são quase sempre proibidos ou limitados:
- Alimentos: Muitos países, como Austrália e Nova Zelândia, são muito rigorosos com alimentos. Você não pode entrar com frutas, carnes, queijos e outros produtos frescos. Isso é para evitar pragas e doenças.
- Medicamentos: Remédios para uso pessoal são geralmente permitidos, mas é bom ter a receita médica. Alguns países têm regras especiais. No Japão, por exemplo, remédios com pseudoefedrina (como alguns descongestionantes) são proibidos.
- Dinheiro: Você pode levar dinheiro, mas acima de certos valores, precisa declarar. Nos EUA, por exemplo, valores acima de US$ 10.000 precisam ser informados.
- Produtos falsificados: Bolsas, relógios e roupas de marcas famosas que não são originais podem ser confiscados.
No aeroporto de Amsterdã (Schiphol), eles têm cães treinados para farejar alimentos nas bagagens. Já no aeroporto de Tóquio (Narita), eles usam máquinas de raio-X muito avançadas que podem detectar até pequenas quantidades de substâncias proibidas.
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Como funciona a declaração de bens
Em muitos países, você precisa preencher um formulário chamado “declaração de bens” ou “declaração aduaneira”. Nele, você informa o que está trazendo que pode precisar pagar imposto.
Em geral, cada viajante tem direito a uma “cota de isenção” – um valor em compras que não paga imposto. Nos EUA, por exemplo, cada pessoa pode trazer até US$ 800 em produtos sem pagar taxas. No Brasil, a cota é de US$ 500 para quem vem de avião.
Se você comprou coisas acima desse valor, deve declarar. Caso não declare e seja pego, pode pagar multas altas. No aeroporto de Hong Kong, por exemplo, a multa por não declarar itens pode chegar a HK$ 1 milhão (cerca de R$ 650 mil) e até prisão em casos graves.
Como é a alfândega nos principais aeroportos do mundo
Vamos conhecer como funciona a alfândega em alguns dos aeroportos mais movimentados do planeta:
Estados Unidos (Aeroportos JFK, LAX, Miami)
Os EUA são conhecidos por terem um dos controles mais rigorosos do mundo. Ao chegar, você passa pelo sistema chamado CBP (Customs and Border Protection).
Antes mesmo de viajar, você precisa preencher o formulário ESTA (para quem não precisa de visto) ou ter o visto apropriado. No avião, você preenche o formulário de declaração de bens.
No aeroporto, depois de passar pela imigração e pegar suas malas, você passa por oficiais da alfândega. Eles podem fazer perguntas e, às vezes, pedir para abrir suas malas. Eles também podem usar cães farejadores para procurar alimentos ou drogas.
Uma curiosidade: no aeroporto de Miami, por causa do alto fluxo de latino-americanos, quase todos os oficiais falam espanhol, além de inglês.
União Europeia (Aeroportos de Paris, Frankfurt, Madri)
A União Europeia tem um sistema interessante. Uma vez que você entra em um país da UE, pode viajar livremente para outros países do bloco sem passar novamente pela alfândega.
No aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, por exemplo, há filas separadas para cidadãos da UE e não-UE. O processo é geralmente mais rápido que nos EUA, mas ainda assim rigoroso.
Na Alemanha, no aeroporto de Frankfurt, eles são muito eficientes e organizados. As filas andam rápido, mas os oficiais são minuciosos na verificação de documentos.
Uma dica: na Europa, você pode pedir reembolso do imposto VAT (similar ao nosso ICMS) sobre compras feitas lá. Para isso, precisa passar pelo “Tax Refund” antes de despachar as malas.
Ásia (Aeroportos de Tóquio, Singapura, Dubai)
Os aeroportos asiáticos são conhecidos pela eficiência e tecnologia.
Em Singapura, no aeroporto Changi (considerado um dos melhores do mundo), o processo é rápido e digital. Eles usam reconhecimento facial e impressões digitais para acelerar a imigração.
No Japão, no aeroporto de Narita, eles são muito rigorosos com alimentos e medicamentos. Não tente entrar com carne ou frutas – eles têm máquinas especiais que detectam esses itens.
Em Dubai, o processo é eficiente, mas com regras culturais diferentes. Bebidas alcoólicas são controladas, e materiais considerados ofensivos à cultura local podem ser confiscados.
América Latina (Aeroportos da Cidade do México, São Paulo, Buenos Aires)
Na América Latina, os processos variam bastante de país para país.
Por exemplo, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o sistema é similar ao de outros países grandes. Você passa pela imigração, pega suas malas e, em seguida, passa pela alfândega. A cota de compras isenta de impostos é de US$ 500 por pessoa.
Já na Argentina, no aeroporto de Ezeiza (Buenos Aires), eles podem ser rigorosos com eletrônicos, principalmente se você estiver levando vários do mesmo tipo (como vários celulares novos).
Enquanto isso, no México, no aeroporto Benito Juárez, eles têm um sistema curioso: depois de pegar suas malas, você aperta um botão. Se a luz ficar verde, você passa direto. Por outro lado, se ficar vermelha, sua bagagem será inspecionada.
O que acontece se algo der errado?
Mesmo com todo o cuidado, é importante saber que problemas podem acontecer. Por isso, vamos ver o que fazer em algumas situações:
Se você for levado para inspeção secundária
Às vezes, os oficiais podem pedir que você vá para uma área separada para mais perguntas ou para revistar sua bagagem com mais cuidado. Isso é chamado de “inspeção secundária”.
Nesse momento, não entre em pânico – isso acontece com muitas pessoas todos os dias, por diversos motivos, muitas vezes aleatórios. O ideal é que você seja educado, responda às perguntas com clareza e, assim, tudo deve se resolver rapidamente.
Para ilustrar, no aeroporto de Los Angeles (LAX), cerca de 10% dos viajantes internacionais passam por algum tipo de inspeção secundária.
Se algo for confiscado
Além disso, se você trouxe algo que não é permitido, os oficiais podem confiscar o item. Eles geralmente dão um recibo e uma explicação.
Em alguns casos, como com alimentos, o item é simplesmente destruído. Por outro lado, em outras situações, como com produtos falsificados, você pode até receber uma multa.
Como exemplo, no aeroporto de Sydney, na Austrália, eles são extremamente rigorosos com alimentos devido às rigorosas leis de biossegurança do país. Eles chegam a multar em até AUD 2.664 (cerca de R$ 8.800) quem não declara alimentos.
Se você for barrado na imigração
Em situações mais sérias, você pode ser impedido de entrar no país. Isso pode acontecer se houver problemas com seu visto, se as autoridades suspeitarem que você não é realmente um turista ou por outros motivos.
Nesses casos, você tem direito a explicar sua situação. Em alguns países, você pode até ligar para a embaixada do seu país para pedir ajuda.
Preparado para sua próxima viagem internacional?
Passar pela alfândega é uma parte inevitável de qualquer viagem internacional. No entanto, com as informações certas e um pouco de preparação, esse processo pode ser tranquilo.
Acima de tudo, lembre-se de que os oficiais de alfândega estão fazendo seu trabalho: proteger as fronteiras e garantir a segurança do país. Sendo honesto, educado e preparado, você provavelmente terá uma experiência sem problemas.
Portanto, na próxima vez que você estiver em um aeroporto internacional, seja em Tóquio, Nova York ou Paris, vai se sentir mais confiante sabendo como funciona o processo. E isso vai tornar o início da sua viagem muito mais agradável.
Boa viagem! E lembre-se: declare seus itens, respeite as regras locais e mantenha seus documentos em ordem. Dessa forma, a alfândega será apenas uma rápida parada antes da sua grande aventura em terras estrangeiras!
